Manifestação Justiça por Moise destaca a importância do Combate ao Racismo
As Manifestações Justiça por Moise ocorrida no sábado, dia 5 de fevereiro, em São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades do Brasil trouxeram a temática combate ao racismo novamente para o debate da sociedade. O congolês Moise Kabamgabe foi morto em frente ao quiosque Tropicália, na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro após cobrar o pagamento dos serviços prestados no local.
O assassinato do jovem congolês foi denunciado pela Coalizão Negra por Direitos ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da Organização das Nações Unidas (ONU).
Douglas Belchior, um dos coordenadores da coalizão, defende a repercussão mundial contra a xenofobia, o racismo e a desumanização. A articulação reúne mais de 200 entidades, coletivos e organizações do movimento negro.
De acordo com ele, a intenção da denúncia é pressionar as autoridades por respostas e a punição dos responsáveis pelo crime brutal contra o jovem, que chegou ao Brasil com a mãe e irmãos, em 2014. O crime ocorreu no dia 24 de janeiro, mas vem tendo mobilização e repercussão nacional nos últimos dias, após a pressão social nas redes sociais e nos veículos de imprensa.
Douglas também destaca que os problemas e conflitos sociais brasileiros partem da questão da escravidão e racismo no Brasil: “Nós somos um país cuja população, cujo o povo originário foi assaltado, vilipendiado pela ocupação europeia, submetido também pela força, aculturado. Na sequência houve o sequestro em massa da população africana por quase 400 anos para o trabalho compulsório, escravizado, que é um regime racista”, aponta ele.
Segundo Douglas o caso brasileiro foi um processo de super exploração do trabalho, da vida, do corpo de seres humanos negros, e a sociedade brasileira se estabeleceu a partir desta lógica. “Todos os problemas e conflitos sociais brasileiros e as desigualdades sociais brasileiras, em todos os níveis, partem desse pressuposto, tem esse pano de fundo. Então, não é possível explicar o Brasil sem racismo”, ressalta ele.
Este projeto foi realizado com o apoio da 5a Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo