Salário mínimo será reajustado para R$ 1.32O a partir de maio, anuncia presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou em entrevista à CNN Brasil, que o salário mínimo será reajustado de R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de maio. A expectativa é que o anúncio oficial seja realizado no Dia do Trabalho, junto com uma nova política de valorização do piso salarial nacional.
Segundo o presidente da República, o valor foi combinado com movimentos sindicais e o objetivo a partir de agora é estabelecer uma nova regra para o piso, levando em conta, além da reposição da inflação, o crescimento do PIB, por que é a forma mais justa de distribuir o crescimento da economia.
Lula confirmou ainda que a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física será reajustada. Com isso, quem ganha até R$ 2.640 passará a ser isento do imposto. Hoje, o limite de isenção é de R$ 1.903,98.
Para Victor Pagnani, diretor técnico do Dieese, o reajuste do salário mínimo, somado ao ‘Desenrola’, programa de refinanciamento de pequenas dívidas, mais a correção da tabela do Imposto de Renda, são medidas que vão ajudar no crescimento da economia brasileira.
“São iniciativas que visam impulsionar o crescimento da economia. A gente sabe que o endividamento e a inadimplência – que chegou a patamares inéditos no último ano devida a pandemia, inflação e juros altos – são obstáculos para o crescimento do Brasil. A correção da tabela do Imposto de Renda, mais a valorização do salário mínimo, terão efeitos positivos porque você ampliando esses recursos você permite que o dinheiro seja utilizado em outras finalidades, principalmente a de consumo que faz a economia girar”, disse.
A tabela do IRPF não tem reajuste desde 2015. Isso significa que um trabalhador que conseguiu aumentos de seu salário neste período, ainda que dentro ou abaixo do percentual da inflação, passou a pagar mais imposto.
Já o salário mínimo ficou sem reajuste real –acima da inflação por quatro anos. Bolsonaro, no último ano de seu governo, concedeu um aumento real de 1,5% ao piso. Esse aumento, segundo disse Lula, será complementado pelo atual governo.
O governo Lula também prometeu na campanha retomar uma política de valorização do piso nacional. Por isso, já criou um grupo de trabalho para estudar o assunto.