Procura por saúde e estética cresce e impulsiona mercado de tratamentos

Demanda por procedimentos estéticos reflete busca por bem-estar e autoestima,  mas especialistas alertam para riscos do excesso.

Por Gabriel Nassif

O mercado de saúde e estética vive um momento de expansão no Brasil, impulsionado pelo crescente interesse, principalmente entre o público feminino, por procedimentos que combinam benefícios estéticos e cuidados com a saúde.
Seja para melhorar a autoestima, corrigir imperfeições ou acompanhar tendências, a procura por tratamentos como harmonização facial, preenchimentos e procedimentos dermatológicos não invasivos tem registrado um aumento significativo nos últimos anos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2023, o número de intervenções não cirúrgicas, como aplicação de toxina botulínica e preenchimento facial, cresceu 23% em relação ao ano anterior, com mulheres representando cerca de 87% dos pacientes.
Para a esteticista Beatriz Santos, o interesse, principalmente feminino vai além da estética superficial. “Quando falamos em estética devemos entender que não é apenas os procedimentos invasivos ou as mudanças radicais” afirmou.
“A estética, ela envolve o cuidado com o cabelo com a pele com alimentação atividade física saúde mental. então é cuidar da estética significa buscar um equilíbrio entre estar bem consigo mesma e estar bem com a sua aparência”, explicou Beatriz.
No entanto, o culto à perfeição estética, frequentemente reforçado pelas redes sociais, pode gerar pressões excessivas, levando a transtornos psicológicos, como a dismorfia corporal.
Para a estudante de biomedicina e estagiária na área da estética, Maria Eduarda Trindade, a busca por procedimentos estéticos se torna preocupante quando vira um padrão social. “É preocupante a partir do momento que aquilo vira um padrão na sociedade, incluindo estéticas na área das plásticas, por exemplo você ser imposta para ter um silicone”, comentou.
Maria Eduarda acredita que a busca por harmonizações e preenchimentos cresceu muito após a pandemia. “Com a pandemia o trabalho em Home Office fez com que as pessoas passassem mais tempo em frente às câmeras, podendo se observar mais e se perceber mais”, relatou.
O setor estético, por outro lado, segue se adaptando à crescente demanda, incorporando inovações tecnológicas e procedimentos menos invasivos. A previsão, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), é que o segmento de estética e beleza movimentou mais de R$ 160 bilhões em 2024.
Em meio a essa expansão, a conscientização sobre os benefícios e os limites dos tratamentos é fundamental para que a busca por saúde e estética traga resultados positivos, preservando a segurança e o equilíbrio emocional de quem opta por se cuidar.

A Central de Notícias da Rádio Paz é uma iniciativa do Projeto “AUTISMO NO BRASIL: A dificuldade do diagnóstico e tratamento para pessoas autistas”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

VÍDEO:

INFORMATIVO: