Liderança feminista traz questionamentos sobre reivindicações do dia 8 de março

O dia 8 de março foi  instituído como o Dia Internacional das Mulheres pela ONU em 1975, mas a criação da data faz referência a luta das operárias russas em 1917 pelo direito de serem reconhecidas no mercado de trabalho, assim como os homens eram na época.

Para falar sobre a importância das pautas apresentadas pelos movimentos sociais nesta data conversamos com a ativista do movimento feminista negro Deia Zulu. Em entrevista ela traz questionamentos e aponta a necessidade dos temas das reivindicações serem atualizados de acordo com a realidade que as mulheres vivenciam hoje.

“O dia 8 se aproxima, uma data muito importante para as mulheres, um dia de luta, mas também de reflexão sobre onde o 8M trouxe as mulheres e para onde vai levá-las”, afirma Deia Zulu.

De acordo com ela, hoje a sociedade vive de forma diferente da época de quando essa data foi colocada, da época dos grandes embates das mulheres por qualidade no trabalho, direito ao voto. “Hoje nós temos algumas dessas conquistas, não diria totalmente realizadas, mas eu diria no horizonte, e  muitas lutas das mulheres acabam lembrando e celebrando isso de forma comum, mas será mesmo que o dia 8 de março representa todas mulheres?”

Ela ressalta que muitas vezes  as manifestações deste dia não representa a mulher periférica, negra, a mulher lésbica, trans, e destaca a necessidade de se fazer uma reflexão do mundo que a gente vive neste 8 M e nos próximos que virão:  “Tem que ter essa noção que o mundo avança e com o avanço do mundo, a gente precisa de uma readaptação dos valores que a gente emprega em datas que colocamos como cruciais. Então façam essa reflexão homens e mulheres  o 8 M realmente está representando todas as mulheres? Todas as lutas são colocadas só no 8M?  O feminismo negro está ali também?”, afirma a ativista.

De acordo com ela, está reflexão sobre o 8M é necessária para que a gente possa avançar nos próximos anos e ter uma sociedade mais igualitária, mais diversa e que todos realmente possam se respeitar.

A Central de Notícias da Rádio PAZ é uma iniciativa do Projeto “MAZZAROPI E A REINVENÇÃO DO CAIPIRA”. Este projeto foi realizado com o apoio da 7ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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