A cada 10 minutos uma mulher é morta por feminicídio no mundo
A cada 10 minutos, uma mulher ou menina é morta, em algum lugar do mundo, por um parceiro íntimo ou por um membro da própria família. Essa alarmante realidade foi evidenciada por um levantamento divulgado pela ONU Mulheres.
Os dados mostram que o feminicídio, a forma mais extrema de violência contra meninas e mulheres, permanece amplamente difundido. Em 2023, cerca de 85 mil mulheres e meninas foram assassinadas intencionalmente. Entre elas, 63% – ou 51 a cada 100 casos – foram vítimas de um parceiro íntimo ou familiar. Isso equivale a 140 mortes diárias, ou uma mulher ou menina assassinada a cada 10 minutos.
As taxas mais altas de feminicídio em 2023 foram registradas na África, seguidas pelas Américas e Oceania. Na Europa e nas Américas, 64% das mulheres assassinadas em seus lares foram mortas por parceiros íntimos, enquanto os familiares foram responsáveis por 58% dos homicídios cometidos em outros ambientes.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, destacou que a violência contra mulheres e meninas é evitável, e medidas concretas precisam ser tomadas. Segundo Bahous, o mundo necessita de leis mais rigorosas, bases de dados mais precisas, maior responsabilização governamental, uma cultura de tolerância zero à violência e um aumento no financiamento para organizações e instituições que defendem os direitos das mulheres.
No Brasil, a situação é igualmente alarmante: em 2023, o país registrou quase 2 mil casos de feminicídio, atingindo um recorde histórico.
Andressa Andreza Carla Ferreira Romano, integrante do Coletivo de Mulheres da Central de Movimentos Populares, enfatiza a necessidade de que os órgãos de proteção às mulheres operem 24 horas por dia em todo o país:
“O feminicídio é um crime anunciado. Ele começa com um grito, um empurrão, e vai escalando. O feminicídio é o desfecho final. Precisamos de uma fiscalização mais ampla e, principalmente, de um funcionamento eficaz desses serviços de apoio. Exigimos que as delegacias da mulher operem 24 horas. Apesar de existir uma determinação federal, muitos estados insistem em manter essas delegacias fechadas. Essa luta é por nós, pela vida das mulheres.”
A Central de Notícias da Rádio Paz é uma iniciativa do Projeto “AUTISMO NO BRASIL: A dificuldade do diagnóstico e tratamento para pessoas autistas”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
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