Proposta do fim da escala 6 por 1 vira assunto nacional sobre os direitos trabalhistas
Trabalhadores e movimentos sociais foram as ruas em apoio a proposta de lei
Por Romulo Bonfim
O debate para alterar as horas trabalhadas dos brasileiros virou assunto em todos os cantos do Brasil. Um projeto de lei que muda a escala de trabalho 6 por 1 foi protocolado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL). Movimentos sociais e trabalhadores foram às ruas em apoio à proposta da parlamentar. O encontro reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista, que em marcha, seguiram até o prédio do conjunto nacional, localizado na mesma via. Organizado pelo movimento VAT — Vida Além do trabalho, discursos de lideranças e políticos ocorreram ao longo do percurso. O ato aconteceu no dia 15 de novembro, data em que se comemora a proclamação da república. A instrutora de treinamento, Cida Neves, atua há mais de 20 anos na área de telecomunicações, percebe que a nova geração de profissionais aprova a alteração do atual modelo de trabalho. “Tenho três colaboradores que é o primeiro emprego. Eles são da mesma idade e tem o mesmo tempo de empresa. É bem legal ver essa sede de querer fazer diferente, de não aceitar as coisas como elas são”, afirma Neves. Um dos desafios para o projeto sair do papel e se tornar realidade, são as negociações que os idealizadores da proposta devem fazer tanto com a sociedade civil quanto com os empregadores. A deputada Erika Hilton afirma que o diálogo é o caminho mais saudável para conseguir construir um texto mais adequado para ambas as partes, e não prejudicar os interesses dos trabalhadores. “Vamos conversar com os trabalhadores, com os empregadores, os pequenos empreendedores. Essa não é uma política para afastar ou prejudicar a economia, muito pelo contrário é uma política para acelerar a economia”, declara a deputada.
A proposta que gera dúvida
O debate sobre as horas trabalhadas gera dúvidas principalmente nos trabalhadores que apesar de aprovarem a mudança sentem insegurança principalmente na sustentabilidade de seus empregos. O auxiliar de limpeza, Mariano Almeida, trabalha na escala 6 por 1. Para ele, a proposta é animadora, mas não acredita que a lei seja criada, além de impactar negativamente nas empresas. “Acho que vai gerar muito custo para as empresas e não acredito que será aprovado. Seria maravilhoso, o sonho de qualquer brasileiro”, declara, aos risos, Mariano.
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